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Conjuração Baiana

Conjuração Baiana
A “Liberdade, igualdade e fraternidade”, que tanto foi difundida pela França chega ao Brasil com a proposta de melhorias para a população, assim nasce a Conjuração Baiana.

Tópicos da biografia:

O que foi a conjuração Baiana?

Foi uma revolta popular que possuía um caráter emancipacionista, que ocorreu na Bahia no ano de 1798, final do século XVIII. Com fortes influências da Revolução francesa, a conjuração baiana tinha por prioridade, difundir ideias de mais direitos à população.

Esse episódio histórico também é conhecido como a Revolta dos Alfaiates pois esse movimento contou a participação não só de ex-escravos, escravos, pequenos comerciantes, mas também de muitos alfaiates, por isso esse nome.

Conjuração Baiana
Foto: Reprodução.

Causas

O desejo de liberdade comercial e também com outros países foi um dos motivos que incentivaram a Conjuração Baiana.

Seus líderes tiveram fortes influências da Revolução Francesa que possuía um ideal de igualdade e liberdade.

Havia um desejo de alguns manifestantes de romper o pacto colonial que existia entre Portugal e o Brasil, para que assim o Brasil se tornasse completamente independente tendo a implantação do sistema de república.

A ideia de abolir a escravidão e perda de benefícios sociais fez com que o movimento tivesse mais apoio da população. Em manifestações sociais em busca de melhorias para uma minoria o apoio da população é fundamental para alicerce dos movimentos.

Consequências da conjuração baiana

A ideologia da Conjuração Baiana, apesar de ter tido tudo para dar certo, não teve um final muito feliz.

Ainda assim, apesar da morte de seus principais representantes, a conjuração Baiana contou com um uma consequência muito positiva.

As reuniões, conversas e discussões que eram feitas com a parcela da população que acreditava e buscava igualdades para todas as camadas da sociedade serviram como um primeiro impulso real para que surgisse as primeiras campanhas a favor da abolição da escravidão no Brasil.

Nessa época uma frase era muito falada: “Liberdade, igualdade e fraternidade”, pois este era o lema da Revolução Francesa, a qual serviu de primeiro impulso para que começassem a se pensar num Brasil mais igualitário, fraterno e liberto. A Conjuração Baiana serviu como pontapé inicial pela luta contra as desigualdades sociais no Brasil.

Imagem Sobre A Conjuração Baiana
Foto: Reprodução.

Líderes da Conjuração Baiana

Apesar de terem vários representantes, os principais líderes da Conjuração Baiana são quatro: Cipriano Barata, Gonzaga das Virgens, Manuel Faustino e João de Deus.

Todos eles foram presos antes da Conjuração acontecer, e por causa das prisões e condenações à morte a revolução de fato não aconteceu.

Cipriano José Barata de Almeida

Cipriano nasceu em Salvador no ano de 1762 era médico, político e filósofo. Ele foi um dos mais importantes nomes que lideraram a Conjuração Baiana. Teve uma morte dolorosa pois foi condenado ao enforcamento em praça pública.

Luís Gonzaga das Virgens

Foi um sodado e foi enforcado por ir de afronta ao governo no ano de 1799, foi acusado de ter sido um dos escritores de folhetos clandestinos que proclamavam a república baiense.

Manuel Faustino dos Santos Lira

Era filho de uma escrava liberta, passou a frequentar reuniões secretas onde era discutida algumas das ideias da revolução francesa que poderiam ser aplicadas no Brasil. Foi condenado ao enforcamento

João de Deus do Nascimento

Ele foi um alfaiate que era filho de uma escrava alforriada e de um português. Foi condenado à morte pela suposta autoria de textos anônimos anunciando a república baiense. Seu corpo foi partido em pedaços e exposto em praça pública como punição.

Onde aconteceu o movimento?

A Conjuração Baiana foi um movimento que aconteceu na própria Bahia (por esse motivo é assim chamada). Por mais que suas ideias tenham sido inspiradas em movimentos ocorridos em alguns países da Europa, o conflito em si ocorreu na região nordeste do Brasil.

Como terminou a conjuração baiana?

Assim como muitos conflitos ideológicos em que há um pensamento em melhorar a vida da população, a Conjuração Baiana tinha tudo para dar certo, mas não contava em sua história a presença de José da Veiga, um ferreiro que teve papel fundamental no fim trágico da Conjuração Baiana.

José Veiga, participava das reuniões secretas para as organizações do evento da Conjuração, o evento estava com sua data marcada, mas ele decidiu denunciar as autoridades o dia e a hora que iria ocorrer a revolta.

Com as informações sobre a revolta, os governantes locais mobilizaram as forças militares com o intuito de desfazer a revolução antes mesmo que ela começasse.

Por esse motivo a Conjuração baiana nunca aconteceu de fato.

Os pioneiros e principais líderes da Revolução foram presos e condenados, com isso o movimento perdeu força e os simpatizantes do movimento perceberam que não teria mais nada a fazer e não deram continuidade ao movimento.

Assim como muitos pensamentos revolucionários que não chegaram a ser executados, a Conjuração Baiana deixou como saldo positivo o início do questionamento pelos direitos à igualdade. E foi precursora de outros movimentos que buscavam sempre uma melhoria significativa para a população.

Alberto Vicente

Jornalista (DRT - BA 5272) e Professor, formado em Letras Vernáculas pela UEFS. Escreve para blogs e sites desde 1997.

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