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Francis Bacon

Francis Bacon foi um grande filósofo, político e artista. Quer saber mais sobre sua trajetória? Confira tudo neste artigo!

Francis Bacon

A filosofia de Francis Bacon favoreceu diversas linhas de pensamento filosófico. Além disso, Francis também deu origem a teorias científicas que impulsionaram o modo de pensar da época.

Além de ser um agente político, Francis também acreditava no potencial científico de criar métodos e estudos. Apesar de filósofo, ele é contra especulações que nada tem haver com a ciência. Para saber mais veja abaixo.

Tópicos da biografia:

Biografia de Francis Bacon

O ensaísta inglês, político e filósofo, Francis Bacon (1561-1626) teve títulos de Barão e Visconde. Além de possuir grande importância na formulação de teorias para o desenvolvimento da ciência moderna.

Ele é conhecido como o pai do método experimental justamente por desenvolver duas grandes teorias, além dos seus pensamentos. As quais impulsionaram o pensamento científico da época.

Nascido na Inglaterra, mais especificamente em Londres, Francis era o filho mais novo de Sir Nicholas Bacon. Seu pai era guardião do selo real e sua mãe era formada em Direito pela Universidade de Cambrigde.

Por nascer em uma família política, ele estava destinado a seguir uma carreira diplomática. Ele viajou para França servindo de acompanhante para o embaixador inglês da época.

Só retornou à Londres após o falecimento do seu pai, com o pensamento de voltar à carreira jurídica. Assim, em 1584, ele foi eleito para a Câmara dos Comuns, sendo representante de um distrito pequeno.

É nesse período que Bacon disserta: “A carta de conselhos” para a rainha Elizabeth I, advogando sobre medidas de tolerância religiosa. Além de sugerir medidas de supremacia estatal em relação à Igreja.

Como cresceu em uma família de políticos, Bacon usou suas influências parentais para tentar tornar-se procurador geral. Recorreu a seu tio Lorde Burghley e do Conde de Essex, tornando-se seu conselheiro particular.

Porém, no reinado de Elizabeth I, suas ambições não foram atingidas com êxito. Somente a partir do reinado de Jaime I sua carreira política se alavancou, tornando-se o que tanto almejava.

Francis recebeu diversos cargos ao longo dos anos, tais como:

  • Lord Conselheiro em 1616;
  • Lorde Guardião em 1617;
  • Lorde Chanceler em 1918;
  • Ademais, também foi nomeado Barão de Verullan.

No ano de 1621, ele foi acusado de praticar corrupção e suborno à Câmara dos Comuns, sendo condenado à prisão. Assim, Francis já não podia mais praticar suas atividades políticas, mas ficou famoso por sua oratória e escrita.

Dedicou-se então ao ensaio político e à filosofia científica, sendo mais reconhecido (futuramente) por sua carreira literária ao invés da estadista. Sua filosofia era totalmente empírica e cientificista.

A sua metodologia filosófica se baseia nos fatos verdadeiros e defende a experimentação e observação. Além disso, ele acreditava que todos esses fatores deveriam ser regulados pelo raciocínio lógico.

Paralelo à atividade política, Francis escreveu livros que continham sua filosofia empirista. Um deles é “Novo Método”, que teve grande repercussão e ainda hoje é utilizado em estudos científicos.

Em seus livros e artigos, Francis Bacon disserta sobre o quanto a ciência influencia nos pensamentos posteriores. Ele ratifica a soberania dos fatos em detrimento de especulações.

Francis ainda foi autor de uma obra não finalizada, chamada de “Grande Restauração”. Seu intuito era criar um novo tipo de ciência, a fim de resgatar a sabedoria e progredir o pensamento filosófico da época.

Teoria de Francis

Francis
Foto: Reprodução/Divulgação

Na opinião de Francis Bacon, a ciência era uma serva do homem e existia apenas para suas vontades, dando-lhe poder sobre a natureza. Nesse sentido, ele criticava pensamentos anteriores aos dele, inclusive os aristotélicos.

A busca da verdade sobrepunha à ciência do divino e humano. Para Bacon, só se poderia alcançar a mentalidade científica com a libertação desses preceitos arcaicos e antiquados.

Ou seja, o cientificismo era uma técnica e os saberes lógicos funcionavam como seu instrumento de controle da natureza. A ciência tinha que priorizar o pensamento experimental com base na linha empirista.

Ademais, Francis propôs a divisão da ciência em três partes: da imaginação, da memória e da razão. As quais englobam respectivamente: a poesia, a história e a filosofia.

Francis Bacon também teve influência na psicologia quando argumentou que as ideias são geradas pelas sensações e reflexões. Contestando assim, a teoria medieval de que a verdade era produto de uma pouca observação.

Para ele, adquirir fatos reais não dependia apenas da mente, mas sim da experimentação e grande observação. Sendo que toda essa linha deveria ser guiada por um raciocínio indutivo.

Apesar de não realizar grandes feitos nas ciências naturais, foi ele quem desenvolveu o primeiro esboço lógico de uma metodologia científica. Assim, o homem passou a buscar o concreto e a experiência.

Teoria dos ídolos

Para Bacon, a imagem dos ídolos era baseada em falsos hábitos e noções mentais, incutidos na mente dos homens. Assim, essa crença era um empecilho para o desenvolvimento do raciocínio lógico e da ciência racional.

Bacon queria uma reforma filosófica que priorizasse o avanço da ciência em oposição à escolástica. Assim, pensava criticamente acerca do homem se libertar de suas crenças e superstições.

Assim, ele queria construir o “verdadeiro conhecimento” que era o baseado na razão. Pois só com a exclusão das fantasias e a acepção ao racional, o homem poderia contribuir para seu desenvolvimento.

Francis dizia que a filosofia derivada do medieval escolástico era dotada de abstrações e não favoreciam a racionalidade humana. Com isso, ele cria quatro tipos de ídolos falsos:

  1. Ídolos da tribo: são originados a partir das fraquezas dos seres humanos.
  2. Ídolos da caverna: tem relação com “o mito da caverna” proposto por Platão. As quais determinam a falsa noção perceptiva dos humanos.
  3. Ídolos do mercado ou do foro: são originados a partir dos tipos de comunicação e formas de linguagem.
  4. Ídolos do teatro: são originados na área das artes, ciências e culturas.

O método Científico

Dentro desse pensamento, Francis Bacon foi o responsável pelo “Método indutivo de investigação”. Esse método prezava a observação a fim de investigar a influência dos fenômenos naturais.

Esse método foi criado para combater os erros propostos pelos ídolos. Então, para que ela pudesse ser efetiva deveria estar subdividida em quatro etapas. Veja-as abaixo:

  1. Observar a natureza e então coletar informações.
  2. Reunir e organizar a sistemática racional dos dados que foram obtidos na observação.
  3. Formular hipóteses a partir dos dados que foram encontrados e estudados.
  4. Comprovar a hipótese a partir de diversas experimentações.

Esse método que priorizava a indução é, hoje, um argumento utilizado em variadas áreas do saber. Ele normalmente parte de uma verdade e, através dos passos acima, chega a uma conclusão.

Então, a indução serve para acrescentar novas informações às deduções. Ou seja, para se certificar de algo, um cientista precisa repetir suas experimentações diversas vezes até finalmente conclui-la.

Se o método indutivo parte de uma premissa específica até chegar a uma geral, o método dedutivo faz o oposto. Ele parte de um dado geral para um específico.

Ou seja, a partir de um dado universal o cientista chega a algo particular. Por exemplo: se todos os animais são mortais e o peixe é um animal, logo, ele é mortal.

Obras de Francis Bacon

Francis Bacon foi responsável por diversas obras, as quais foram úteis mesmo após seu falecimento em 1626. Veja-as abaixo:

  • Ensaios
  • Nova Atlântida
  • Reflexão sobre a natureza
  • Elementos das Leis do Comuns da Inglaterra
  • Novo método ou instrumento
  • Da sabedoria dos antigos
  • Grande restauração
  • Reflexões sobre a natureza das coisas
  • Das Marés
  • Casos de Traição
  • Classificação das ciências
  • Escala do Entendimento
  • Antecipações à Filosofia
  • História natural e experimental

Além de obras relacionadas à filosofia, Francis também escreveu livros relacionados aos temas políticos, literários, judiciários e intelectuais no geral.

Frases do filósofo

  • “O conhecimento é em si mesmo um poder.”
  •  “Os jovens estão mais aptos a inventar que a julgar; mais aptos a executar que a aconselhar; mais aptos a tomar iniciativa que a gerir.”
  •  “As pessoas preferem acreditar naquilo que elas preferem que se seja verdade.”
  • “Quem não usa novos remédios vai ter novas doenças.”
  • “É melhor não ter uma opinião sobre Deus do que ter uma má opinião sobre ele.”
  • “Obedecer à natureza é comandá-la.”
  • “A natureza algumas vezes está escondida, outras dominadas, mas raramente extinta. ”

Curiosidades

Francis Bacon era um grande adepto de Pablo Picasso, ele foi sua inspiração na pintura. Além disso, Bacon também foi cinéfilo, ele produziu um filme chamado “Catalisador”.

Um dos seus estudos sobre uma pintura de uma mulher boquiaberta ficou em exposição no Museu Stadel, na Alemanha. Seu trabalho como artista se deu paulatinamente, e até sua ascensão ele se livrou de obras incompletas.

Há um estúdio em Dubin chamado de Hugh Lane Gallery, no qual seus fãs podem encontrar sua coleção de recortes e livros. A galeria é uma reformulação do seu antigo estúdio de pintura.

Ele foi um dos primeiros adeptos do design de interiores, criando um estúdio próprio para isso. O qual agregava além das suas pinturas faciais, as de design.

Ele almejava tanto a vida de artista que, em um período escasso de dinheiro, pintava no verso de suas telas. Logo depois, aquilo seria vendido como uma grande e famosa obra de arte.

Resumo da Biografia de Francis Bacon

Nome:Francis Bacon
Ocupação:Político, filósofo, cientista, ensaísta inglês, barão de Verulam e visconde de Saint Alban
Nacionalidade:Britânico
Data de nascimento:22/01/1561
Data da morte:04/09/1626
Alberto Vicente

Jornalista (DRT - BA 5272) e Professor, formado em Letras Vernáculas pela UEFS. Escreve para blogs e sites desde 1997.

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