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Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Sua vida e obra se entrelaçam numa trama complexa que reflete as contradições e os desafios do Brasil moderno.

Carlos Drummond De Andrade
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Biografia de Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade foi um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos.

Sua obra é marcada pela sensibilidade, pela crítica social e pelo uso da linguagem coloquial.

Nascido em Itabira, Minas Gerais, em 1902, Drummond viveu em diversas cidades do país e deixou um legado rico em poesia e reflexão.

Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra desse grande escritor.

A infância de Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade nasceu em uma época em que a cidade de Itabira, em Minas Gerais, vivia um momento de grande prosperidade econômica devido à exploração de minérios.

O poeta viveu ali até os 18 anos e, segundo ele mesmo, sua infância foi cheia de lembranças marcantes, como o cheiro de terra molhada, o som dos sinos da igreja e a presença de seus avós.

Foi nessa época que ele começou a se interessar pela literatura, lendo autores como Machado de Assis e Aluísio Azevedo.

O despertar do poeta em Itabira

Foi em Itabira que Carlos Drummond de Andrade começou a escrever seus primeiros poemas, ainda na adolescência.

O poeta se encantava com a simplicidade da vida no interior, mas também tinha consciência das desigualdades sociais e da exploração dos trabalhadores das minas. Essa dualidade marcou sua obra por toda a vida.

Em 1920, Drummond mudou-se para Belo Horizonte, onde começou a trabalhar como jornalista e se aproximou do grupo literário modernista.

Drummond e a vida boêmia no Rio de Janeiro

Em 1934, Carlos Drummond de Andrade mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a conviver com artistas, intelectuais e escritores.

Foi nessa época que ele se aproximou do movimento surrealista e escreveu alguns de seus poemas mais famosos, como “No meio do caminho”, “Sentimental” e “Poema de Sete Faces”.

Apesar de ter se envolvido com a vida boêmia da cidade, Drummond também participou ativamente da vida política e cultural brasileira, sempre com um olhar crítico e reflexivo sobre a realidade do país.

A influência da modernidade em sua poesia

A obra de Carlos Drummond de Andrade é marcada por uma linguagem simples, direta e coloquial, que reflete a influência do modernismo brasileiro.

O poeta buscava retratar a realidade e as contradições da sociedade brasileira, desafiando as convenções literárias da época.

Drummond também se interessava pela poesia internacional, como a de Walt Whitman e Pablo Neruda, e buscava incorporar elementos desses autores em sua própria obra.

Drummond e a Semana de Arte Moderna de 1922

Carlos Drummond De Andrade
Foto: Reprodução/Divulgação

Embora tenha surgido alguns anos depois do movimento modernista de 1922, Carlos Drummond de Andrade foi um dos poetas que mais se aproximou dos ideais da Semana de Arte Moderna.

Ele compartilhava a visão de que a literatura deveria se libertar das formas tradicionais e buscar novas maneiras de expressão.

Drummond também defendia a valorização da cultura brasileira, em contraposição à influência europeia que ainda era muito forte na época.

As obras mais famosas do autor mineiro

A cronologia das obras de Drummond começa em 1928 com “No meio do Caminho”, “Alguma poesia – 1930”, “Poema da Sete Faces – 1930”, “Cidadezinha Qualquer e Quadrilha – 1930”, “Brejo das Almas – 1934”, “Sentimento do Mundo – 1940”, “Poesias e José – 1942”, “Confissões de Minas – 1942”, “A Rosa do Povo – 1945”, “Poesia até Agora – 1948”, “Claro Enigma – 1951”, “Contos de Aprendiz – 1951”, “Viola de Bolso – 1952”.

“Passeios na Ilha, ensaios e crônicas – 1952”, “Fazendeiro do Ar – 1953”, “Ciclo – 1957”, “Fala, Amendoeira – 1957”, “Poemas – 1959”, “A Vida Passada a Limpo – 1959”, “Lições de Coisas – 1962”, “A Bolsa e a Vida – 1962”, “Boitempo – 1968”, “Cadeira de Balanço – 1970”, “Menino Antigo – 1973”, “As Impurezas do Branco – 1973”, Discurso da Primavera e Outras Sombras – 1978”, “O Corpo – 1984”, “Amar se Aprende Amando – 1985” e “Elegia a Um Tucano Morto – 1987”.

Drummond e sua relação com a política brasileira

Carlos Drummond de Andrade sempre teve uma posição crítica em relação à política brasileira.

O poeta acompanhou de perto os principais acontecimentos do país, desde a ditadura de Getúlio Vargas até o golpe militar de 1964.

Em sua obra, ele retrata a violência, a corrupção e a desigualdade social que marcaram a história do Brasil.

O legado de Carlos Drummond de Andrade na literatura brasileira

Carlos Drummond de Andrade faleceu em 1987, deixando uma obra que se tornou referência para a literatura brasileira.

Sua poesia, marcada pelo lirismo e pela crítica social, influenciou gerações de escritores e leitores.

Além disso, o poeta foi um dos principais representantes do modernismo brasileiro e deixou um legado importante para a cultura do país.

Seu compromisso com a arte e com a reflexão sobre a sociedade brasileira torna sua obra atual e relevante até os dias de hoje.

Como Drummond morreu?

Carlos Drummond de Andrade morreu em decorrência de um infarto do miocárdio e insuficiência respiratória no dia 17 de agosto de 1987 no Rio de Janeiro onde residia.

O poeta sempre foi muito homenageado através de nomes de ruas, bairros, espaços públicos e demais manifestações.

No Rio de Janeiro algumas estátuas de artistas incluem Drummond como sempre foi “observador da vida”.

O mesmo nunca quis se inscrever para a Academia Brasileira de Letras, mas é unânime a opinião sobre ele ser um dos maiores, senão o maior, poeta desta segunda fase do modernismo no Brasil.

Frases de C. Drummond de Andrade

Carlos Drummond De Andrade
Foto: Reprodução/Divulgação

Veja algumas das principais frases já ditas ou escritas pelo poeta brasileiro Carlos D. de Andrade:

  • “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.”
  • “Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer.”
  • “A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas.”
  • “Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo.”
  • “Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.”
  • “Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.”
  • “Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.”
  • “Se eu gosto de poesia? Gosto de gente, bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida nisso tudo.”

Conclusão

Carlos Drummond de Andrade foi um poeta que soube retratar a realidade e as contradições da vida brasileira com sensibilidade e crítica.

Sua obra é um convite à reflexão e à poesia, que inspirou e continua inspirando leitores e escritores.

O poeta nos deixou um legado rico em literatura e em humanidade, que é parte fundamental da cultura brasileira.

Que a poesia de Drummond continue ecoando em nossas mentes e em nossos corações, levando-nos a um mundo mais humano e mais belo.

Esta foi a biografia de Carlos Drummond de Andrade. Qualquer dúvida, sugestão ou comentário que queira fazer é só deixar nos campos abaixo!

Resumo da Biografia de Carlos Drummond de Andrade

Nome:Carlos Drummond de Andrade
Ocupação:Poeta, contista e cronista
Nacionalidade:Brasileiro
Data de nascimento:31/10/1902
Data da morte:21/02/2024
Alberto Vicente

Jornalista (DRT - BA 5272) e Professor, formado em Letras Vernáculas pela UEFS. Escreve para blogs e sites desde 1997.

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