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Pero Vaz de Caminha

Conheça a história de quem descreveu as novas terras à coroa portuguesa, Pero Vaz de Caminha. Quem foi ele? O que fez? Sua obra, e o fim de sua carreira.

Pero Vaz De Caminha
No ano de 1450, nasce na cidade Porto, em Portugal, o escrivão português Pero Vaz de Caminha. Filho do cavaleiro do Duque de Bragança e antigo vereador da cidade do Porto, Vasco Fernandes de Caminha, um homem letrado.
Tópicos da biografia:

Quem foi Pero Vaz de Caminha

Pero Vaz atuou como cavaleiro das casas de D. Afonso V, de D. João II e de D. Manuel I. Participou da batalha de Toro em 2 de março de 1475.

Pero Vaz de Caminha, herdou do pai o cargo de mestre da balança da Casa da Moeda, onde tinha a função de tesoureiro e escrivão. Foi nomeado escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral que iria estabelecer uma feitoria fortificando o domínio português em Calicute, na Índia, grande centro das especiarias.

No ano de 1497 Pero Vaz foi nomeado por D. Manuel I para escrever, na condição de Vereador, os Capítulos da Câmara Municipal do Porto, esse documento seria apresentado às Cortes de Lisboa.

Em 9 de março do ano de 1500, Pero Vaz viajou para Lisboa, com destino à Índia, a maior esquadra que Portugal já teria organizado, composta por 13 navios e aproximadamente 1500 homens, dentre eles, o escrivão Pero Vaz de Caminha.

Afastando-se da costa africana, para evitar as perigosas calmarias do golfo de Guiné que paralisavam os navios de vela, ou obedecendo à instrução secreta do rei Dom Manuel, no sentido de reconhecer e explorar a faixa de terra que caberia a Portugal na América, pelo tratado de Tordesilhas, não tardou para se avistar sinais de terra, como aves e vegetação marinha. No dia 22 de abril avistou-se um monte e confirmando a existência das terras.

Casou-se com Dona Catarina, com quem teve uma filha chamada de Isabel de Caminha.

Principais pontos da Carta de Pero Vaz

A Carta sobre o descobrimento do Brasil, foi redigida por Pero Vaz de Caminha em Porto Seguro, entre os meses de abril e maio de 1500.

A carta escrita no século XVI, somente foi descoberta no século XVIII por José de Seabra da Silva, estadista, ministro e guarda-mor da Torre do Tombo.

Sua publicação no Brasil, foi em 1817, na obra “Corografia Brasilica”. Esta carta considerada o primeiro documento escrito no Brasil e, visto como o marco literário do País. Ele faz parte da primeira manifestação literária pertencente ao movimento do Quinhentismo.

Foto: Reprodução.

A carta apresenta um valor histórico, por ser o registro documental do descobrimento ou da entrada do Brasil na história universal, constituindo uma espécie de certidão de nascimento desse país.

Pero Vaz de Caminha encaminhou uma carta ao Rei Dom Manuel, narrando todos os acontecimentos ocorridos durante o descobrimento das novas terras.

Em um trecho Caminha aborda que: “Junto à boca do rio, vinte homens pardos se aproximam do escaler, todos nus, sem nenhuma veste que lhes cobrisse as vergonhas”. Ressaltou também na carta: “A feição deles é serem pardos, avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Traziam os beiços de baixo furados e, metidos por eles ossos”.

Em outro trecho da carta, Caminha solicita do rei o fim do exílio na África de seu genro que havia sido condenado por cometer um assalto.

Caminha conclui a sua carta, dizendo “Deste porto seguro de vossa ilha de Vera Cruz, hoje, sexta feira primeiro dia de maio de 1500”.

Em 2 de maio, numa dada manhã, Gaspar de Lemos retorna para Portugal levando consigo as cartas do Capitão-Mor Pedro Álvares Cabral, do físico Mestre João e do escrivão Pero Vaz de Caminha. A carta de Caminha ao Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil passou por mais de dois séculos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa.

Após três meses depois de deixar as novas terras e, com apenas sete navios, a esquadra de Cabral ancorou em Calicute, onde não consegue estabelecer relações amistosas com a população. Em um ataque dos muçulmanos mais de trinta portugueses foram mortos, entre eles, Pero Vaz de Caminha.

Obras de Pero Vaz de Caminha

A maior obra redigida por Pero Vaz de Caminha foi a carta enviada ao rei Manuel I, este relato foi capaz de encantar o rei de Portugal.

Até hoje, este documento tem sido, desde a sua primeira publicação, objeto de diversos estudos. Visto que, foi escrita em forma de diário de viagem, narrando os acontecimentos daquela ocasião e também as primeiras impressões sobre a terra recém-descoberta. 

Principais Livros

  • A Carta

Morte de Pero Vaz de Caminha

Ao deixar o Brasil, segue rumo às Índias, onde Pero Vaz de Caminha morre numa batalha nas feitorias portuguesas que estavam instaladas em Calicute.

Estudos relatam que seu falecimento ocorreu no dia 15 de dezembro do ano de 1500, aos 50 anos de idade.

Frases de Pero Vaz De Caminha

  • “De tal maneira boa que, em se querendo, dar-se-á nela tudo!”
  • Enquanto aí estávamos, foram alguns buscar mariscos e apenas acharam alguns camarões grossos e curtos, entre os quais vinha um tão grande e tão grosso, como em nenhum tempo vi tamanho.”
  • “Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijamente sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles pousaram.”
  • “Por ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tinham nenhuma vergonha.”
  • “O ódio é o prazer mais duradouro; os homens amam com pressa, mas odeiam com calma.”

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Resumo da Biografia de Pero Vaz de Caminha

Nome: Pero Vaz de Caminha
Ocupação: Escrivão
Nacionalidade: Português
Data da morte: 21/02/2024
Alberto Vicente

Jornalista (DRT - BA 5272) e Professor, formado em Letras Vernáculas pela UEFS. Escreve para blogs e sites desde 1997.

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